Podridão radicular do pinheiro
Armillaria ostoyae (Basidiomycota, Agaricales)
Sinónimos: Armillaria obscura, A. mellea var. obscura, A. polymyces, A. montagnei var umbrinolutea
‘Armillaria root rot’, ‘Shoestring root rot’, ‘Honey mushroom’, ‘Mushroom root rot’
Hospedeiros
Maioritariamente espécies de pinheiro, tais como: pinheiro-bravo (Pinus pinaster), P. uncinata, pinheiro-insigne ou pinheiro-de-Monterey (P. radiata), pinheiro-silvestre (P. sylvestris) e P. taeda.
Identificação
- Declínio muito rápido quando existe uma contaminação de todo o sistema radicular: a folhagem fica amarela, passando a vermelha e finalmente a castanha (Foto 1).
- Nas árvores com ‘dieback’ e nas árvores recentemente mortas observa-se a presença de um micélio branco-cremoso em leque sob o ritidoma ao nível do colo (Foto 2). Nos pinheiros que morreram à algum tempo este micélio pode dar lugar a rizomorfos de cor castanha escura.
- No solo e envolvendo as raízes das árvores infectadas detecta-se a presença de rizomorfos.
- Em Novembro-Dezembro, surgem as frutificações do fungo (cogumelos), a partir de tecidos mortos (raízes, ramos ou cepos) (Foto 3) ou de rizomorfos presentes no solo (Foto 4). Os cogumelos, dispostos em tufos, apresentam cor castanha e anel espesso.
- A identificação das espécies a partir dos rizomorfos ou de material infectado é da competência de Laboratórios da especialidade.
Danos
- A. ostoyae é por si só responsável pela morte das árvores, independentemente da presença de factores de stress.
- A doença manifesta-se em todos os estádios de desenvolvimento das árvores. As maiores perdas ocorrem nos 5-7 primeiros anos (quer em plantações ou em floresta natural), diminuindo nos anos subsequentes. Em povoamentos adultos podem observar-se manchas constituídas por árvores mortas ou com ‘dieback’.
Biologia
- A. ostoya é um patogéneo primário do pinheiro. Pode igualmente actuar como parasita secundário ou saprófita em árvores debilitadas.
- A dispersão de Armillaria de árvore a árvore é feita pelo contacto das raízes ou por intermédio dos rizomorfos. O papel dos esporos (basidiósporos) na disseminação do fungo é mal conhecido.
- Após penetração, A. ostoyae invade as raízes através do desenvolvimento dum micélio.
- Após a morte da árvore, o fungo pode sobreviver nos troncos e raízes mortas, sob a forma de micélio ou rizomorfos, pelo menos 50 anos.
Factores de risco
- Solos com baixo valor de pH e baixo teor em nutrientes.
- A incidência da doença aumenta com o aumento da percentagem de areia no horizonte superficial do solo.
- A dispersão da doença pode ser feita através das técnicas de mobilização do solo.
Medidas de gestão
Medidas preventivas
- Com vista a isolar uma zona com árvores doentes, escavar uma vala com cerca de 1 metro de profundidade (interceptar raízes e rizomorfos).
- No estabelecimento de novas plantações ter em atenção as mobilizações do solo por forma a prevenir a introdução do patogéneo.
- Reflorestação de solos infestados com folhosas, quando possível.
- A luta biológica, promissora in vitro, ainda não está operacional na floresta.
- Remoção dos cepos em solos muito infestados.
Meios de luta
- O uso de fumigantes, permitido em pomares, vinhas e floricultura, não é permitido na floresta.