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Gonipterus scutellatus (Coleoptera, Curculionidae)

IEFC - Forest pests and diseases - Consult - <i>Gonipterus scutellatus</i> (Coleoptera, Curculionidae)

Gorgulho do eucalipto

Gonipterus scutellatus (Coleoptera, Curculionidae)

Hospedeiros

A generalidade das espécies de eucalipto.

Identificação

  • Folhas com recortes circulares e profundos nas margens. É possível a desfolha completa da folha.
  • Galerias de alimentação na epiderme das folhas feitas pelas larvas (Foto 1).
  • Massas de ovos (ootecas) castanhas a castanho escuras nas folhas, mais frequentes nas folhas mais jovens (Foto 3). As ootecas, com 2 a 3 mm de comprimento e 1 a 1,5 mm de altura, podem observar-se durante todo o ano, mas são mais frequentes na Primavera e Outono.
  • No final da Primavera e fim do Outono presença de larvas verde amareladas com duas linhas escuras ao longo do corpo; as larvas são curvas em forma de C. As larvas podem-se observar nos dois lados das folhas. As larvas maduras produzem filamentos longos de excrementos aderentes ao corpo. (Fotos 1 e 2).
  • Gorgulhos adultos de cor castanha avermelhada a castanha escura, de corpo elíptico com cerca de 7 a 9 mm e rostro curto (Foto 4); As fêmeas são maiores que os machos.
  • Os adultos roem a casca dos raminhos podendo causar a sua anelação.

Danos

  • Tanto as larvas como os adultos consomem as folhas, sobretudo as folhas mais jovens, podendo causar desfolhas severas. A desfolha resulta em perdas importantes de crescimento.
  • A desfolha pode induzir ao stress e aumentar a susceptibilidade a pragas secundárias como a Broca do eucalipto (Phoracantha semipunctata).
  • A actividade de alimentação dos adultos na casca pode causar a morte do ramo apical e de raminhos jovens e causar a deformação da árvore.
  • Em árvores de produção de folhas para floricultura, o consumo das folhas destrói a produção.

Biologia

  • Normalmente tem duas gerações por ano. Nas zonas mais nortenhas de Espanha e Portugal a segunda geração pode ser parcial ou faltar.
  • Os gorgulhos adultos estão presentes durante todo o ano com picos no início da Primavera e início do Outono. Nas zonas mais a Norte os adultos podem hibernar no solo ou nas fissuras da casca na base do tronco da árvore.
  • As larvas alimentam-se das folhas principalmente no final da Primavera e no fim do Outono.
  • No início do Verão e Inverno as larvas maduras deixam-se cair e enterram-se no solo para pupar.
  • Os principais factores que influenciam a densidade das populações são condições climáticas extremas, a fome e a presença de inimigos naturais, em particular o parasitóide óofago Anaphes nitens, e algumas doenças como Beauveria bassiana e Aspergillus sp.

Factores de risco

  • Presença de plantas hospedeiras mudando das folhas juvenis para adultas.
  • Espécies de eucaliptos susceptíveis como Eucalyptus globulus, E. scoparia, E. camaldulensis, E. robusta, E. parviflora e E. tereticornis.
  • Invernos amenos e Verões relativamente frescos.

Medidas de gestão

Monitorização

  • Na Primavera e Outono: observação das massas de ovos, larvas e danos nas folhas.
  • No Verão e Inverno: observação de danos nas folhas.
  • Monitorização das taxas de parasitismo (se o A. nitens foi previamente introduzido).

Medidas preventivas

  • Uso de espécies de eucaliptos menos susceptíveis (E. botryoides, E. citriodora, E. saligna, E.sideroxylon, E. radiata, E. regnans, E. cladocalix e E. leucoxylon) ou proveniências (de E. dalrympleana e E. viminalis).

Meios de luta

  • Controlo biológico por libertações em múltiplos pontos do parasitóide A. nitens; o controlo das populações pode-se alcançar entre 4 a 5 anos após as libertações.
  • Mobilização do solo para expor as pupas.
  • O controlo químico com insecticidas de contacto e ingestão pode ser usado em viveiros ou pomares de sementes. Em floresta a sua eficiência é questionável e é proibido em Portugal e França. Em Espanha, está registado contra esta espécie o Flufenoxurão. Os tratamentos devem ser limitados a plantações jovens com ataques severos e instalados em solos pobres onde a desfolha é mais intensa e as árvores incapazes de recuperar. Deve ser feito na Primavera quando a maior parte dos ovos já eclodiram.
Foto 1: Danos nas folhas feitos pelas larvas do gorgulho do Eucalipto.
Foto 2: Pormenor da larva do gorgulho do Eucalipto.
Foto 3: Massas de ovos.
Foto 4: Adulto do gorgulho do Eucalipto.

Fotos : 1 & 3: Miguel Serrão ; 2 & 4: María J. Lombardero.


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